Mudanças e inovações tecnológicas sempre estimularam transformações nas relações sociais e, simultaneamente, evoluíram a partir de formas específicas de organização social que regulavam seus usos. Nas últimas décadas, testemunhamos a rápida disseminação das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs). Isso tem alterado vários aspectos da vida em sociedade, como a relação entre tempo e espaço; criando novas formas de consumo; estabelecendo novos parâmetros, possibilidades e formas de regulação e controle das relações sociais; novas maneiras de buscar, compartilhar e indexar informações e conhecimentos; e mudanças profundas na maneira como conduzimos a ciência.
Atualmente, todas as principais universidades do mundo têm laboratórios de humanidades digitais. Exemplos notáveis incluem o Laboratório de Humanidades Digitais da Biblioteca da Universidade de Yale (DHLab), o Centro de Análise Espacial e Textual (CESTA) na Universidade de Stanford, e o Centro de Humanidades Digitais – uma colaboração entre a Universidade de Amsterdã, a Vrije Universiteit Amsterdam e a Academia Real de Artes e Ciências dos Países Baixos. Geralmente, essas iniciativas fornecem espaço e recursos para que pesquisadores trabalhem com métodos digitais para explorar questões humanísticas.
O LABHD-UFBA – Laboratório de Humanidades Digitais da UFBA, foi estabelecido em 2018 em associação com o Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS) e o Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICTI/UFBA). O laboratório está devidamente registrado no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq e vem estabelecendo parcerias com universidades e instituições de pesquisa nacionais e internacionais. Seu princípio orientador é promover a confluência entre tecnologias digitais e ensino, pesquisa e extensão nas humanidades e ciências sociais. De maneira esquemática, o laboratório tem como objetivos: a) contribuir para a disseminação de uma prática de pesquisa/ensino e extensão digitalizada; b) promover investigações sobre os impactos do uso de tecnologias digitais; c) criar e manter repositórios de dados digitais abertos para diversos pesquisadores; e d) fomentar a aproximação e o diálogo entre as humanidades e o campo das tecnologias.